Passado

O nervosismo toma conta de mim numa cachoeira de lágrimas, as palavras de ódio, insatisfação, dor, medo, fuiam como as aguas de uma cachoeira. A porta de madeira antiga, com vidro e guarnições metalicas de origem colonial, os móveis aminha volta também, um sofá antigo, de babados e almofadas, lembram novelas de época, as paredes de reboque torto e os detalhes nos castiçais decoravam aquela pequena sala de estar. Adentrei atrás de uma pequena garota, e avistei duas pessoas sentadas num pequeno banquete, um homem e uma mulher, meus pais, outros rostos, cabelos, pele, mas o sentimento de afeto por aquelas pessoas era muito forte. Ainda não tinha visto o rosto da garota, mas raivoso na situação esmurrei e quebrei o vidro da porta e ferozmente fui até ela, as palavras fome, necessidades, descaso, nao paravam de se repetir, olhei para traz e vi meus pais, aqueles sentados, muito diferentes, mas a fisionomia, Deus do cèu como minha mãe não mudará nada. Voltei a garota e ao chegar mais perto, seu rosto franzino, de olhar doce, boca pequena, pele branquinha e cabelos enrolados, curtos, macios, seus olhos castanhos finos, suas maos pequenas seguraram as minhas acalmando meu coração. Me calei e agradeci a minha Irmã ....

De repente acordei com o rosto cheio de lagrimas ....